quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Aos Meus Heróis


Quando decidi criar este blog, o principal objetivo era analisar as transformações sofridas pela humanidade ao longo de sua saga sob a face da terra através do conhecimento histórico. Levo também em consideração algo que não se encontra nos livros didáticos ou nas inscrições dos grandes sábios da antiguidade, a certeza de que antes mesmo do homem ser um agente histórico ele é um ser único, dotado de sentimentos como ódio, amor, esperança, niilismo, determinação, fraqueza, coragem e uma infinidade de outras possibilidades que acabam em muitas das vezes, quebrando qualquer paradigma traçado em torno de sua existência.
Infelizmente não tive a possibilidade de contemplar sociedades clássicas mas tenho a possibilidade analisar a sociedade contemporânea assim como atuar como um transformador dentro do meu círculo de convívio, algo que considero uma dádiva. Percebo ao longo dessa minha curta existência que a grande maioria da humanidade são apenas cordeiros, que se sentem perdidos diante das inúmeras possibilidades de caminhos existentes para cada um de nós, o medo do insucesso cria amarras que impossibilitam qualquer tipo de ousadia por parte desse grupo.
Todas as ações feitas por parte dessa maioria esmagadora de ‘cordeiros’ reside no exemplo advindo de um seleto grupo de humanos que decidem por tomar as rédeas quando o assunto é o caminho a ser escolhido, pessoas que podem perfeitamente ser nomeados como os verdadeiros ‘guias’ do destino da raça humana. O valor dessa pequena parcela é determinante, pois, seu pioneirismo acaba por trazer a possibilidade da prosperidade a todos, porém o preço pago pela ousadia muitas das vezes se mostra alto demais.
Nem sempre suas ações são corretamente compreendidas pela sociedade, que diante do temor do novo, leva-os aos patíbulos, a tortura e as fogueiras como hereges e perturbadores da ordem e da paz social, simplesmente por terem um pensamento além de seu tempo e defenderem o processo revolucionário para desbravar novos caminhos.
Depois da assimilação do verdadeiro objetivo renovador, a História traz o verdadeiro veredito inocentando os condenados pela ousadia, tornando-os mártires que se encontram não somente contemplados pela justiça histórica como também dotados de uma nova aura, a da mistificação. A esses mátires demos a denominação de heróis, uma ideia onde se mistura o mito com a capacidade de resistência mesmo diante da opreessão, baseando em preceitos levados até a privação da existência.
A humanidade precisa de heróis, precisamos ouvir ou ler histórias de homens que resistem até o último momento para um bem maior, que nos inspirem a ousar, que nos dêem a real vontade de viver e não somente o cotidiano sentimento do existir. Todos conhecemos a respeito do lendário Rei Davi que guiou seu povo após vencer o gigante Golias, sobre a Mensagem de Paz espalhada pelo Nazareno que lhe custou a vida, sobre as atuações decisivas de Aquiles e Heitor na Guerra de Tróia, sobre as conquistas do macedônio Alexandre O Grande e do mongol Gengis Khan, da ousadia do escravo trácio Spartacus que enfrentou Roma, do nosso Tiradentes que defendeu a liberdade em Minas e tantos outros nomes.
Nosso imaginário clama por heróis para nos defender de nossos maiores medos, a super força destrutiva de Hulk, o cérebro e a determinação do Batman, a velocidade incalculável do Flash são fruto dos nossos mais profundos anseios para enfrentar nosso futuro desconhecido. Criamos essas histórias por temos hoje a carência de grandes homens como os do passado, mas se olharmos de forma mais aprofundada encontraremos esses heróis facilmente nos mais diversos seguimentos.
É fácil reconhecer o heroísmo de um fragmento da população brasileira que vive com um salário digno de desprezo, que mesmo diante da mais absoluta situação de pobreza se mantêm honestos, trabalhando pesadamente paga garantir o sustento da família sem nunca fraquejar com as privações impostas pela vida e pela incompetência de seus representantes políticos. Heróis são aqueles que se levantam mesmo depois de terem perdido suas forças, seu chão, como o sofrido povo do Haiti que depois da mais terrível tragédia de sua história começam a se levantar com as próprias pernas. A dor da incalculável perda não lhes tirou a esperança de reconstruir tudo novamente e principalmente de sorrir nos dando talvez a maior lição dos últimos tempos, a de sermos de fato os responsáveis pela construção de nosso futuro.
Devemos sim seguir os exemplos dos nossos heróis, sejam os do passado, os do fruto de nossa imaginação ou os do nosso cotidiano. Mas peço aos meus heróis mais que o exemplo, peço a coragem demonstrada por eles para também fazer a coisa certa, independente de onde e quando. Todos devemos pedir isso, afinal, nós também podemos ser heróis e guias.

Por Valdinei Matos''''


Um comentário:

  1. Texto perfeito, escrito por um jovem, mas com uma sabedoria que me deixa sem palavras. Parabéns!! Marcia D.

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