terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Tributo aos Honrados


Ao longo dos mais inóspitos anos, a humanidade têm convivido com homens cegados pelo poder, homens que instauram a tirania afim de manter suas vontades deixando de lado virtudes de caráter altruísta. Mesmo diante da opressão e da injustiça sempre existiram homens dotados de coragem suficiente para se levantar contra esse mal, mesmo que com isso tenham tido de pagar com seu próprio sangue, perdendo sua vida.
            Esses valorosos representantes do que há de mais nobre em meio a esse cenário caótico se tornaram baluartes, exemplos de honra a serem seguidos por seus sucessores que nos momentos mais diversos assumiram essa responsabilidade de lutar pelos oprimidos.
            Um exemplo ímpar desses homens dignos da mais profunda admiração se observou em um dos cenários mais críticos, cenário esse que todas as esperanças encontravam-se esvaídas pelo domínio absoluto da Nobreza e do Clero sob os homens de bem. Coube aos lendários Cavaleiros Templários, mesmo estando inseridos no cenário bélico das Cruzadas e no corruptível meio das Cortes se rebelarem contra essa sociedade opressora, gerando a inveja de muitos.
            Os Templários não se perderam em meio a fé dogmática que mantinham a todos cegos, imunes ao sofrimento imposto a grande maioria da sociedade medieval que vivia na miséria completa, seus valores trouxeram a possibilidade da crítica mais profunda a um sistema corrompido.
            De heróis de guerra, passaram a ser vistos como os verdadeiros representantes do fracassado assalto contra a terra natal da fé cristã, de representantes da nobreza de caráter se tornaram a personificação dos caídos ao inferno. Mesmo dotados desse signo injusto, não se quebrantaram pernameceram de cabeça erguida, íntegros, confiantes em suas virtudes sem em nenhum momento sequer se rebaixarem aos nível de seus algozes.
            Foram jogados nos fétidos e sombrios calabouços, torturados, mutilados, destroçados mas preservaram o bem que consideravam mais precioso longe das garras de seus opressores: suas almas.
            Veio de seu líder, o baluarte dos sagrados paladinos da justiça que carregavam em seu peito a cruz vermelha, um dos maiores exemplos de lealdade, tolerância, honra e coragem de todos os tempos. O velho guerreiro não ergueu sua valorosa espada, ergueu sua voz depois de sete sofridos anos de tortura diante da Inquisição negando todas as acusações feitas injustamente contra seus irmãos enfrentando os abutres que cobiçavam suas riquezas.
            Por não se calar diante do poder incontestável de seus inimigos, Jacques DeMolay juntamente de seus principais preceptores foram condenados a serem barbaramente queimados vivos, próximo a Catedral de Notre Dame no fatídico 18 de Março do ano de 1314 de Nosso Senhor. Ao receber essa sentença, continuou firme em suas convicções, consciente de que seu sacrifício não seria em vão pois haveriam homens que herdariam essa vontade, a vontade de seguir um caminho mais digno, visando um bem maior que a simples satisfação de desejos pessoais.
            Mais uma vez o último Grão Mestre da Ordem dos Templários estava correto, pois surgiram herdeiros de sua vontade, pessoas que não se esqueceram daqueles nobres cavaleiros que preferiram morrer a trair seus amigos ou seus preceitos. DeMolay vive mais do que nunca, como uma chama que jamais se apagará, enquanto houverem pessoas dispostas a lutar por um mundo mais humano, lutar como verdadeiros paladinos da justiça sua vontade existirá.
            Nós, membros da Ordem DeMolay temos orgulho de ser os representantes dessa esperança plantada com o sangue de vários mártires e pedimos ao Pai Celestial que nos forneça a sabedoria e a dignidade de carregar essa dádiva, a dádiva de herdar algo único que sem dúvida é o melhor caminho para uma vida pura e varonil. Vida longa à Ordem DeMolay, que seus preceitos sempre vivam no coração dos homens!


Por Valdinei Matos''''

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Verdadeiro Natal

Estamos próximos a mais um momento de transição dentro das tradições cristãs que guiam nossa nação, momento esse, adaptado a nossa cultura desde a chegada de nossos colonizadores lusitanos. Influência feita a ferro e fogo pela incisiva atuação da Companhia de Jesus, que procurava assegurar a todo custo a influência da Igreja Católica Apostólica Romana nesse Novo Mundo pagão, com seus deuses provindos dos mitos criados pelos verdadeiros proprietários dessa próspera terra pouco depois batizada de Brasil.
            O temor da expansão de outras crenças justificava o extermínio dos cultos que veneravam entidades diferentes e não conheciam o Nazareno? Onde a fé se torna fanatismo e desencadeia a intolerância? Perguntas como essa trazem por si só a pré definição da resposta mas, na verdade não seriam esses os apontamentos objetivados nesse texto.
            Venho escrever sobre o momento em que vivemos, o momento do Natal Cristão, época em que segundo seus seguidores, O Enviado a cerca de dois mil anos atrás nasceu de uma mortal para semear a Boa Nova em meio aos homens. Sentimentos como a compaixão, fidelidade e sacrifício deveriam ser direcionados a todas as formas de vida, o responsável pela proposta pereceu na cruz com o objetivo de exemplificar o valor e a procura de um bem maior que o pessoal.
            Analisando a ideia como um fato verídico ou como um ensinamento filosófico é perfeitamente possível perceber o quanto a disseminação desses dogmas foram importantes para a concepção de uma sociedade mais harmônica e justa. A ambição maculou esses preceitos e o que deveria ser uma pregação de esperança se tornou uma tirania através do poder incontestável da Igreja Católica durante mais de um milênio que se aproveitava da submissão de seus seguidores menos instruídos.
            Profundas transformações ocorreram, Impérios caíram e novos surgiram sob o signo mesmo que deturpado, das propostas feitas por Cristo. Todos encaram o Natal como um periodo reflexivo, no qual devemos analisar nossas falhas, corrigi-las e renovar nossas esperanças em caminhos menos tortuosos. Claro que o consumismo fez questão de se aproveitar desses momentos, uma linguagem perfeitamente conhecida num mundo capitalista é nunca perder a possibilidade de se obter mais e mais lucro.
            As crianças conhecem vagamente a História cheia de significado do Cristo, pois rogam por um personagem travestido de símbolo do Natal que é conhecido como Papai Noel, um ser que presenteia com algo físico a boa conduta e não com conhecimento. A cada dia é perceptível uma sociedade mais fragmentada, mais carente de vontade, de compreensão, de tolerância, de conhecimento.
            Creio que tudo isso esteja perfeitamente relacionado a perda desses exemplos, a perda daquilo que fora conhecido em tempos áureos, de sociedades que floresciam sob esses preceitos e sob o auto conhecimento. Hoje somos como crianças perdidas, que mal compreendem a diferença entre o TER e o SER, perdemos a fé em tudo, incluve em nós mesmos, nos deixamos corromper, assimilamos apenas as adjetivos bestiais como a competitividade.
            De nada vale uma reflexão momentânea e forçada em uma determinada data, já não aguento mais a hipocrisia da mídia, que transformam “famosos” em doadores de presentes para criancinhas carentes em orfanatos, tornam pessoas tão vazias quanto o estômago de milhares de pessoas que morrem na África em verdadeiros exemplos de benevolência.
            A palavra Natal, etimologicamente significa nascimento, não relaciono ao nascimento de um único ser, mas sim ao nascimento das nossas virtudes, que estão mortas em em meio ao nosso egoísmo nauseante. Isso não deve ocorrer somente nesse período, deve ocorrer agora e sempre que for necessário, renovando nossos valores sempre. Talvez assim nos tornemos melhores e tenhamos de fato um FELIZ NATAL DE VERDADE!


Por Valdinei Matos''''