terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pão e Circo!

Neste final de semana o brasileiro tem um compromisso importantíssimo com o país, as eleições de seus representantes na esfera nacional, estadual e regional. Ressalto a importância desse fato pois, sem dúvida, esse é o único momento em que realmente temos o absoluto poder de definir o futuro de nossas vidas em áreas de profunda necessidade como educação, saúde, segurança, emprego dentre outros.  
            As eleições diretas, é um direito adquirido depois de intensa luta de setores democráticos da população brasileira contra a censura e perseguição, que resultou nos   assassinatos de vários cidadãos pelo regime militar que o país lamentávelmente viveu entre as décadas de 60 a meados dos anos 80.
            Levando-se em consideração esse contexto, nosso voto se torna algo de mais importância, já que num passado não muito distante, não se havia a possibilidade de traçar um panorama do que se desejava com relação aos governantes.
            Vivemos uma profunda crise na área política do país por diversos motivos mas o que é mais evidente, sem dúvida é o desinteresse do brasileiro em conhecer sua própria história, entender o processo de luta de seus antepassados e compreender o verdadeiro valor de seu voto.
            O descaso do brasileiro com o processo eleitoral ao longo deste período democrático têm trazido problemas crônicos à sociedade, cada vez mais, escândalos de corrupção abalam o prestígio dos governantes com a população e principalmente o desinteresse da mesma.
            Diante desse contexto, os políticos têm o caminho livre para continuar com suas falcatruas e má administração de recursos financeiros, que são públicos e poderiam resolver os mais diversos problemas que assolam a sociedade brasileira. Através dos meios de comunicação e de propagandas altamente manipuladoras, esses políticos conseguem transmitir à população carente de consciência política um quadro totalmente diferente do real, dizendo que definitivamente trabalham para o bem estar social.
            É perfeitamente visível o quanto a dominação sobre as massas brasileiras é grande. Até o momento, nenhum dos candidatos a Presidência da República apresentou de fato propostas concretas (mostrando de onde serão obtidos os recursos) de como diminuir as diferenças sociais e outros problemas do nosso país.
            O investimento na educação não ocorre de forma profunda, pois assim se criam cidadãos com um senso crítico mais apurado, que não acredita em qualquer tipo de promessa nem aceita qualquer “esmola”, causando a médio prazo a retirada de todos esses farsantes.
 O que preocupa é que essa forma de fazer política no Brasil está se tornando algo banal, corrompendo o eleitor na própria essência onde cada um procupa somente em obter privilégios para sua classe e não a um nível de sociedade num todo.
            A origem da política se encontra nos atenienses, onde o cidadão apesar de ser uma pequena parcela da população, se sentia orgulhoso de ter uma participação ativa nas decisões da pólis. Orgulho que nos dias atuais é praticamente inexistente já que nós preferimos nos abster e deixar o controle do país nas mãos de corruptos que só querem se enriquecer com o suor de milhões de honrados brasileiros.
            Além desse erro, cometemos um pecado ainda maior culpando somente esses políticos por essa situação, já que, os grandes culpados somos nós que nos deixamos ser enganados pelas falsas promessas e permitimos que pessoas de má índole e ficha suja nos represente sem prestar contas a sociedade.
            O povo sem sombra de dúvidas tem o governo que merece, essa é uma regra imutável, portanto devemos fazer mais a nossa obrigação como verdadeiros cidadãos que pensam em um bem comum de todos os brasileiros. Chega de nos portarmos como seres incompetentes e boçais orquestrados assim como o romanos pela  “POLÍTICA DO PÃO E CIRCO”!!!

Por Valdinei Matos''''

sábado, 18 de setembro de 2010

Nossos Livros de Fé!

              Agora pouco assisti o filme “O Livro de Eli”, que chamou bastante a atenção. A trama gira em torno de Eli (Denzel Washington), que vive num período pós apocalíptico sob o controle de alguns tiranos que monopolizam recursos primários como água e até mesmo o conhecimento.
             O cenário sombrio e caótico é perfeitamente bem trabalhado com cenas que nos fazem realmente imaginar o verdadeiro impacto de acontecimentos desse aspecto para o mundo. Mas o que definitivamente me impressionou foi a questão da fé no filme, pois Eli aceredita que recebeu uma missão de trazer esperança ao mundo levando o último exemplar da Bíblia até onde poderia ser novamente espalhado entre os sobreviventes gerando um sentimento de esperança.
            No caminho, Eli passa por problemas com os tiranos já que os mesmos acreditavam que se tivessem o livro, com certeza sua dominação sobre o povo seria expandida a nível global.
            Meu objetivo não é discutir a qualidade do filme, mas sim a respeito da fé na vida de todos nós. È inegável que a fé surte, surtiu e surtirá efeito na humanidade assim como o fato de que esses efeitos podem ser salitares e prejudiciais.
            A fé pode ser confundida com a submissão completa a qualquer credo gerando o fanatismo e intolerância com relação a outros seguimentos, quando voltamos nossas atenções depois de uma análise dos argumentos utilizados no Oriente Médio para o incessante derramamento de sangue entre palestinos e israelenses, fica clara a utilização da fé da população simples para justificar um conflito de interesses econômicos.
            No filme, o tirano se utilizava também do conhecimento para dominar a população, a cena em que ele se encontra lendo uma biografia de Mussolini foi de uma ironia estridente. Mas o que mais interessa é o argumento do mesmo para a procura obsessiva da Bíblia: “Nem sempre eu sei o que dizer as pessoas, lá eu terei o que elas precisam ouvir, pois são de mente fraca e religião é poder”.
            O próprio Marx escreveu algo a respeito: “A religião é o ópio do povo”. Tudo isso me leva a pensar até que ponto nossa sociedade é dependente desses dogmas, não somente católicos, mas a todas as formas de alienação. Realmente temos forças para construir nosso futuro sem depender de algo? Nos equilibramos bem nessa linha tênue? Diferenciamos perfeitamente a religião da fé ou tornamos esses conceitos sinônimos?
            Compete a cada um de nós definir e controlar bem a face dessa tão complicada questão inerente a vida de cada um de nós, seres racionais.
            Considero o ponto relativo não só ao excesso como também ao aspecto da falta completa da fé, deixando a ideia de que a mesma não se confunda com religião. Independentemente do que se acredite, é primordial a existência desse sentimento, pois não conseguimos viver totalmente sem o mesmo. Acreditando em nossas forças ou em algo acima de nossa total compreensão é que encontraremos as forças suficientes, afinal a vida se caracteriza de superação de nossas capacidades, sem a importância real de onde tiramos essa vontade.
            Nesse contexto ela é perfeitamente comparável a determinação, uma determinação medida de forma consciente, respeitando a determinação do outro, pois a partir daí é onde se pratica a tolerância, que também nos leva a evolução pessoal.
            Com o livro, Eli pretendia trazer esperança, mas ele mesmo, no final da jornada percebe que o que realmente geraria a possibilidade de um rompimento com os paradigmas do seu contexto seria a consciência de cada um. Somente assim, a fé estaria não somente num livro, mas no coração de todos os homens, homens que teriam fé em suas próprias mãos para construir o melhor e mais justo.
            Com essa análise, percebi que os livros nos auxiliam, mas não como guias incontestáveis de nossa fé, e sim como um primeiro passo para podermos escrever nossos próprios equilibrados e conscientes livros de fé!


Por Valdinei Matos''''



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Espectros


Apresento-me como um espectro, isso mesmo, pois analisei profundamente minha essência e não considero outro termo melhor para me designar, espero que compreendam o porquê ao longo do texto.
O grande culpado pela fome, pela violência, pela perda da própria humanidade em si é o governo! Claro, é muito mais fácil jogar a responsabilidade sobre os ombros de alguém do que ter a coragem de direcionar essas ferrenhas críticas a nós mesmos.
Nunca estamos equivocados! Jamais perdemos a razão! Ou pior ainda, quando há a consciência do erro, a vaidade não nos permite ter coragem suficiente de assumir nossos erros. Esse mal nos domina além de gerar monstros em nossas almas que com o passar dos anos se tornam maiores e mais cruéis, que tem por único objetivo golpear sem a menor questão de piedade, o coração das pessoas que nos amam.

A ira nos sobe a cabeça em determinadas situações: como não ter um acesso de raiva quando percebemos que as promessas eternas não passavam de coisas de momento, que com o passar dos dias se tornam banais e utópicas? Mas nunca reconhecemos que talvez nós mesmos tenhamos criado essa ilusão, supervalorizando sonhos com o propósito de fugir da realidade.

Quando aquela gula desenfreada nos domina, não no aspecto alimentar, mas a voracidade do conhecimento. Querer mais conhecimento não é um sentimento nobre? Seria plausível perguntar-se o quanto desse conhecimento é realmente adquirido para nossa evolução, como algo absorvido e não apenas engolido.

Como não se sentir injustiçado diante de alguém que tem tudo, invejando seus bens? Se pergunte antes se realmente lutou de corpo e alma, com todas as suas forças por seus objetivos, sem desistir nem um minuto sequer.

A mesquinhez, a preocupação quase que absoluta com o dinheiro não seria algo normal nesse mundo capitalista, onde não se vive sem esse bem? Há coisas que o dinheiro não compra como o amor, o sorriso, a amizade, a saúde, são essas coisas que realmente tem valor.

A indolência não seria o mais inocente dos pecados? Quem nunca teve preguiça de cumprir obrigações cotidianas? Isso é extremamente perigoso, se adquirirmos preguiça de analisar nossos defeitos, nossas responsabilidades, com certeza nos tornaremos escravos do incapaz, esquecendo completamente de quem somos e o que podemos fazer.

Como resistir e não se encontrar completamente dominado pela luxúria, o prazer pelo excesso movido por uma atração desenfreada tão comum? Seria muito mais pertinente finalmente percebermos que o segredo de uma vida cômoda e feliz se encontra na parcimônia, no equilíbrio.

O brio, o orgulho não se caracteriza como um sentimento nobre e digno por mostrar convicção? Talvez seja esse o pior de todos os males, com o orgulho se mata o mais nobre de todos os sentimentos: a humildade.

Como foi descrito acima, é fácil saber o que se fazer, mas conhecer os males da alma e seus sintomas não é o suficiente para se ter um caminho tranqüilo no decorrer da vida. Todos nós, inclusive eu, sabemos que ninguém age dessa maneira, cometemos exatamente esses erros várias e várias vezes. Sem percebermos, através do livre arbítrio que Deus nos concedeu, nos tornamos nossos piores inimigos.

Quer a verdade? Pois bem, somos um bando de crianças gordas e mimadas, dominadas pela ira, gula, inveja, avareza, preguiça, luxúria e uma série de outros hábitos imaturos.

Não temos o menor motivo para culpar alguém por nossas derrotas, não devemos levar cargas desnecessárias conosco, devemos eliminar de nossos corações todos os sentimentos infames, amores frustrados, ofensas, feridas do nosso passado. Talvez estejamos no momento de pedirmos perdão, aos que ferimos, mas principalmente, a nós mesmos, nos presentear com a chance de sermos melhores do que estamos sendo. Carregar esses sentimentos já não me parece sensato, chega de permanecer vivendo algo que já morreu faz tempo, o sofrimento é algo natural, mas a linha entre o mal que eu mesmo alimento e o fato é tênue.

Na verdade, depois de terem lido esse texto, creio que concordem assim como eu que não passamos de sombras do que poderíamos e deveríamos ser. Todos somos apenas espectros de seres humanos, pois não usamos todo o potencial que temos para sermos mais altruístas, mais amáveis, ou seja, mais verdadeiramente humanos.

Isso mesmo, eu, você, nós somos sem sobra de dúvidas, IMPERFEITOS...

Reconhecermos isso para mim seria um primeiro passo importante!



Por Valdinei Matos''''